abr 25 2025

STF ordena prisão de Fernando Collor após condenação por corrupção em caso da BR Distribuidora

Diogo Fernandes
STF ordena prisão de Fernando Collor após condenação por corrupção em caso da BR Distribuidora

Autor:

Diogo Fernandes

Data:

abr 25 2025

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Ex-presidente Fernando Collor tem prisão decretada pelo STF em meio a escândalo de corrupção

O Supremo Tribunal Federal (STF) pegou o país de surpresa ao ordenar, em 25 de abril de 2025, a prisão imediata de Fernando Collor, ex-presidente da República. Alexandre de Moraes, ministro do STF, decidiu pela detenção depois que todas as tentativas de recurso de Collor foram negadas. Ele foi condenado a oito anos e dez meses de prisão em um dos processos de corrupção mais emblemáticos envolvendo figuras do alto escalão brasileiro.

A condenação de Collor está ligada a um esquema milionário de corrupção e lavagem de dinheiro relacionado à BR Distribuidora. Segundo os autos, o ex-presidente e seus aliados, Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, receberam cerca de 20 milhões de reais em propina. O dinheiro foi pago pela construtora UTC Engenharia para favorecer acordos de influência nas nomeações de cargos de direção na estatal do setor de combustíveis.

Esquema de propinas, poder político e a resposta do Supremo

O processo apontou que Collor usou sua influência para garantir que pessoas indicadas por ele assumissem postos estratégicos na BR Distribuidora. Para que isso acontecesse, a UTC Engenharia liberou pagamentos milionários, na expectativa de obter benefícios comerciais e políticos. A lógica do esquema era simples e brutal: barganhar cargos em troca de apoio e contratos vantajosos, misturando interesses públicos e privados.

A condenação de Collor não caminhou sozinha. O STF também julgou seus aliados. Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos pegou quatro anos e um mês em regime semiaberto — uma pena significativamente menor. Já Luis Pereira Duarte de Amorim escapou da cadeia, mas recebeu penas restritivas de direitos. Para muitos, a diferença nas sentenças espelha o peso da figura pública no núcleo do esquema. Collor, com sua longa trajetória política e histórico de acusações, tornou-se símbolo desse novo capítulo na luta contra a corrupção.

Moraes decidiu que o Supremo faria uma sessão virtual extraordinária para confirmar a ordem de prisão, presidida por Luís Roberto Barroso. Esse rito acelerado acende luzes sobre a gravidade do caso e a pressão por uma resposta institucional rápida diante da opinião pública. A ratificação do STF é o último passo para colocar Collor atrás das grades, mais de três décadas após ele ter renunciado ao cargo de presidente justamente para evitar um processo de impeachment motivado por escândalos de corrupção.

O episódio também serve de alerta para o meio político: ninguém está acima da lei, independentemente de cargo ou influência. Num país acostumado a ver figuras poderosas escapando das consequências de seus atos, o destino jurídico de Fernando Collor promete intensos debates sobre ética e responsabilidade pública.

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