Autor:
Marcelo Henrique
Data:
set 26 2025
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No fim de semana de 17 a 22 de setembro de 2025, o programa de entrevistas noturnas Jimmy Kimmel Live! foi tirado do ar pela própria Disney/ABC. A decisão foi tomada após intensas cobranças de funcionários da administração Trump e de críticos conservadores que se sentiram ofendidos por um monólogo de Kimmel sobre o assassinato do ativista Charlie Kirk.
O corte imediato do programa disparou uma onda de reação. Políticos de diferentes espectros, comentaristas de TV e sindicatos da indústria do entretenimento se mobilizaram contra a medida, alegando que ela configurava um ataque direto à censura de vozes críticas. Boicotes foram organizados contra a Disney e contra as afiliadas da Nexstar Media Group e Sinclair Broadcast Group, que também retiraram o programa de suas grades.
O presidente Donald Trump, em comunicado público, comemorou a suspensão e sugeriu que medidas mais duras poderiam ser adotadas contra quem desacreditasse sua gestão. Essa postura alimentou temores de autoritarismo e de um retrocesso nos direitos civis nos Estados Unidos.
O clima se intensificou quando o presidente da FCC, Brendan Carr, apareceu no programa conservador The Benny Johnson Show e declarou que a Disney/ABC poderia perder sua licença de transmissão se o programa não fosse reprimido. Carr insinuou que as emissoras poderiam ser penalizadas administrativamente, algo que especialistas em direito constitucional classificaram como “jawboning” e possível violação da Primeira Emenda.
Em 22 de setembro, a Disney/ABC anunciou que a produção de Jimmy Kimmel Live! seria retomada no dia seguinte. Entretanto, as afiliadas da Nexstar e Sinclair mantiveram a decisão de não exibir o programa, sinalizando que o embate entre mídia e poder político ainda não encontrou um desfecho definitivo.
O caso ficou marcado como um dos momentos mais tensos da relação entre liberdade de expressão e influência governamental na era digital, despertando um debate amplo sobre até onde o Estado pode ou deve intervir no conteúdo veiculado por emissoras privadas.
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