Autor:
Diogo Fernandes
Data:
nov 13 2024
Comentários:
0
A partida precoce de Diego Guilherme Friggi, um influenciador digital cuja presença nas redes sociais tocava milhares de pessoas, trouxe à tona uma série de questões sobre a eficácia e a prontidão do sistema de saúde brasileiro. Com apenas 35 anos, Friggi sucumbiu a uma parada cardíaca originada de complicações por uma embolia pulmonar, enquanto aguardava um leito de UTI. O caso expôs não apenas a fragilidade de seu estado de saúde, mas também as dificuldades enfrentadas por muitos brasileiros ao buscarem assistência médica rápida e eficaz.
Friggi foi acometido por sintomas que o levaram ao pronto atendimento da Unimed em São José dos Campos cerca de quinze dias antes de sua morte. Diagnosticado inicialmente com pneumonia, ele foi medicado e orientado a voltar para casa. No entanto, sua esperança de melhora logo se desfez. Cada dia que passava era um novo retorno à emergência, culminando em sua internação urgente no dia 8 de novembro, quando a situação se desdobrou para uma grave embolia pulmonar. Desde então, a necessidade de uma transferência para a UTI se fazia cada vez mais urgente, mas a logística, entre o plano de saúde privado e o sistema público, se mostrou um obstáculo intrincado e insuperável naquele momento crítico.
A viúva de Friggi, Bruna Martins da Silva Cardoso, falou sobre a frustração vivida pelo casal durante os últimos dias de vida do influenciador. De acordo com ela, o plano de saúde particular alegava falta de leitos de UTI disponíveis e citava um período de carência que impedia a efetivação do atendimento imediato. A ideia era utilizar uma internação temporária até que um leito no sistema público fosse liberado, mas esse prazo se esgotou, e a ajuda médica intensiva jamais chegou.
A Unimed de São José dos Campos, por meio de uma nota, afirmou que todas as providências médicas possíveis foram tomadas e que a busca por um leito de UTI na rede pública se deu por questões administrativas, sem comprometer a assistência prestada. Ao mesmo tempo, as autoridades locais e estaduais, como a Prefeitura de São José dos Campos e a Secretaria Estadual de Saúde, afirmaram não ter recebido solicitações formais pela transferência do paciente ao sistema de saúde pública.
Diego Friggi não era apenas um influenciador; ele era alguém que se empenhava em utilizar suas plataformas de mídia social para ajudar e inspirar outras pessoas. Sua morte levanta importantes debates sobre como as burocracias selvagens e a falta de coordenação entre serviços de saúde podem impactar vidas. O caso dele se junta a muitos outros que clamam por reformas no sistema de saúde, para que situações semelhantes não se repitam. Em um cenário onde a saúde pública se mostra frequentemente caótica, a tragédia de Friggi ressalta a necessidade urgente de criar uma rede de suporte mais ágil e acessível para todos.
Esse episódio trágico serve como mais um lembrete sombrio das lacunas e descoordenações entre os setores público e privado na saúde, deixando muitas famílias sem respostas satisfatórias e com feridas emocionais. A partir de discussões como essa, a sociedade espera poder ver avanços e soluções que garantam um atendimento de saúde de qualidade, genuinamente ágil e acessível a todos, sem que a burocracia determine quem vive ou morre. O legado e as contribuições de Diego Friggi continuarão a ser lembrados por seus seguidores e por aqueles que ele tocou ao longo de sua vida.
Escreva um comentário