jun 13 2025

Senado aprova acordo entre Brasil e Israel sobre defesa e tecnologia

Diogo Fernandes
Senado aprova acordo entre Brasil e Israel sobre defesa e tecnologia

Autor:

Diogo Fernandes

Data:

jun 13 2025

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Senado mantém laços estratégicos com Israel

A cena política de Brasília tem estado em ebulição por vários motivos, mas um tema voltou a unir parlamentares de diferentes correntes: a cooperação entre Brasil e Israel. O Senado aprovou nesta semana um acordo assinado ainda no governo de Jair Bolsonaro, que vem sendo interpretado como um sinal claro de que os laços militares e tecnológicos entre os dois países seguem sólidos – mesmo com o pano de fundo das tensões atuais envolvendo a Faixa de Gaza.

Esse acordo não nasceu de um dia para o outro. Tudo começou na primeira viagem oficial de Bolsonaro, em 2019. Israel era a prioridade, e o presidente fez questão de lembrar da posição histórica brasileira a favor da criação do Estado de Israel. Na bagagem, vieram memorandos sobre ciência, tecnologia e segurança pública. A intenção era simples: colocar Brasil e Israel lado a lado no combate a ameaças virtuais e na troca de conhecimento sobre defesa. Na prática, cientistas, engenheiros e militares dos dois países passaram a ter vias facilitadas para cooperação, pesquisa e negócios conjuntos.

Hoje, o acordo aprovado segue essa mesma linha. Tópicos sensíveis como tecnologia militar e cibersegurança estão no centro das atenções. Para o Brasil, acessar tecnologias israelenses significa avançar em inovação, tanto no setor público quanto no privado. Israel, afinal, é referência mundial quando o assunto é segurança digital e desenvolvimento de equipamentos para defesa. Não faltam exemplos de parcerias antigas entre brasileiros e israelenses, especialmente em sistemas de comunicação e meios aéreos. Empresas de ambos os lados já colhem frutos dessas trocas, com equipamentos israelenses sendo usados por forças de segurança brasileiras há anos.

Tensão política não interrompe acordo

Tensão política não interrompe acordo

O contexto internacional, porém, não poderia ser mais delicado. Desde o agravamento dos conflitos na região de Gaza, boa parte do Congresso brasileiro tem cobrado ações mais duras do governo contra Israel. Já houve, inclusive, pedidos formais para cortar relações ou impor sanções. Tudo isso torna ainda mais relevante a decisão do Senado: mesmo com o barulho político, as instituições continuam tratando Israel como parceiro estratégico, principalmente em tecnologia de defesa.

Nesse cenário, parlamentares que defendem a medida argumentam que a cooperação não significa endosso às ações militares de Israel na Palestina. Pelo contrário, dizem eles: o acordo busca garantir que o Brasil esteja bem equipado frente a novos desafios de segurança global, como ataques cibernéticos e ameaças tecnológicas. Com isso, mantêm-se canais de diálogo abertos sem comprometer a posição do Brasil nas discussões internacionais.

No dia a dia, esse pacto promete facilitar ainda mais a entrada de investimentos, a importação de sistemas israelenses sofisticados e a participação de pesquisadores brasileiros em projetos estratégicos. A expectativa é que novas oportunidades surjam inclusive para start-ups e universidades, especialmente nas áreas de inteligência artificial, monitoramento de fronteiras e proteção de infraestruturas críticas.

Por fim, mesmo em meio a pressões e divergências, o sinal enviado pelo Senado foi direto: o Brasil quer manter a porta aberta para Israel, pelo menos em áreas consideradas vitais para a segurança e a inovação do país.

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